Mal elegemos Dilma, derrotando em tese o campo de direita de Aécio Neves e seus comparsas, contudo a direita se reorganiza com mais força após as eleições deste ano, lançando sombras de misticismo e fundamentalismo sobre o congresso, impedindo o avanço das reformas que o Brasil tanto precisa. Muitos foram os erros estratégicos adotados nas campanhas do PT e da esquerda em geral, sendo que estes serão cobrados com grave intensidade nos anos seguintes. O primeiro passo que indica que a direita se reorganizou, se materializou com a derrubada do decreto presidencial sobre a Política Nacional de Participação Social (PNPS), onde esquerda e direita se dividiram radicalmente.
A vitória de Dilma, no último dia 26, demonstra o quão sério é o limite de nosso sistema político e eleitoral. A vitória demonstrou que o povo quer a continuidade do projeto lançado por Lula, Dilma e o PT, contudo, sem a devida identificação ideológica dos projetos com o partido que desenvolveu as práticas de aprimoramento democrático, o PT.
Parte disto é devido a própria política aliancista desenvolvida nos últimos anos, com o objetivo de construir governabilidades, ao invés de partir para o desenvolvimento da identificação ideológica e o sentido de construção governamental das camadas populares do projeto de país. O limite deste sistema foi a queda de cadeiras pertencentes ao PT nesta última eleição, onde passamos de 88 para 70 cadeiras no Congresso Nacional.
O aliancismo, jogou o PT nas garras do PMDB e de partidos da direita e centro. Não a toa, houveram casos esdrúxulos em nossa cidade de coligações que violaram princípios éticos, eleitorais e militantes, que já tramaram antes do resultado em conchavos. Muitos votos se deslocaram para base do PT para partidos "aliados", outros votos se converteram no anti-petismo, votos anti-governo, ou votos desiludidos. Toda esta gama de situações são decorrentes de uma estratégia (ou da falta de uma) que privilegiou a construção de uma base de apoio, ao invés de construir uma base partidária forte e coesa, ou que minimamente tenha uma coerência ideológica.
Partidos como PMDB, PRB, PR, PTB, PP entre outros, que dependendo do contexto local pode variar inclusive a direita mais reacionária como DEM, PSDB e PSC recebem apoio maior que candidatos da própria base petista ou de esquerda, bem como, partidos como o PSOL, PCB, PSTU e PCO, que apesar das muitas discordâncias, compartilham de nossa mesma base de esquerda, não são tratados como primeira linha de apoio e de construção política. Portanto, caros companheiros, não há possibilidade de continuar com esta política de alianças à direita, que por vezes influencia as políticas dos governos petistas, de todos os níveis, impondo certas condições que traem os trabalhadores e os movimentos sociais.
O segundo governo Dilma enfrentará grandes desafios, sendo o mais importante e decisivo a superação dos marcos ideológicos impostos pela direita. Se mostrar tal disposição os partidos de esquerda, inclusive o próprio PSOL já se dispõem compor uma aliança de esquerda no congresso nacional. A gota d'água para que houvesse uma agenda mínima foi a derrubada do decreto presidencial que regulamentava a PNPS (Política Nacional de Participação Social).
Em nível estadual não será diferente, pois a coalizão de partidos, movimentos e grupos de esquerda sentiram a fragilização imposta pela sistema político e as agendas conservadoras. Em São Paulo da CUT à CONLUTAS entendem que a tarefa de enfrentamento ao governo Geraldo Alckmin se tornou mais pesada e árdua. Não há mais espaços para confronto entre as lideranças e movimentos de esquerda diante de adversário tão vil.
Precisamos retomar os debates com as bases urgentemente, remover os quadros que tem traído as lutas da classe trabalhadora e reorientar a nossa política de alianças. Nossa ideologia deve ser reafirmada e colocada em primeiro plano na construção de nossas políticas, ao invés dos interesses pessoais e articulações políticas que pesam em primeiro plano atualmente.
O PNPS é a primeira forma de retomarmos estes debates e afirmar nosso caráter de esquerda e socialista, mesmo sabendo que esta é uma política comum nos países de economia capitalista ou socialista. Contudo, a forma de construí-los deve ter como base sempre a pluralidade, a democracia e o intento de se avançar na construção de uma sociedade mais justa e solidária, portanto, socialista.
Outras reformas e marcos deverão ser empurradas sobre o mesmo barco, como a Reforma Política e as Medidas de Controle Social da Mídia, portanto, nossas alianças se darão sempre à esquerda, e se aprofundará o debate contra o retrocesso clamado pelas mídias e a direita.
Como tenho dito, estamos à beira dos limites do sistema político atual, dele poderá nascer um novo mais plural democrático e renovado, ou um outro mais arcaico e conservador. Necessitamos rever, portanto, nossas atuações e reorientar nossas práticas se quisermos avançar!
Bruno L. Emídio
Em nível estadual não será diferente, pois a coalizão de partidos, movimentos e grupos de esquerda sentiram a fragilização imposta pela sistema político e as agendas conservadoras. Em São Paulo da CUT à CONLUTAS entendem que a tarefa de enfrentamento ao governo Geraldo Alckmin se tornou mais pesada e árdua. Não há mais espaços para confronto entre as lideranças e movimentos de esquerda diante de adversário tão vil.
Precisamos retomar os debates com as bases urgentemente, remover os quadros que tem traído as lutas da classe trabalhadora e reorientar a nossa política de alianças. Nossa ideologia deve ser reafirmada e colocada em primeiro plano na construção de nossas políticas, ao invés dos interesses pessoais e articulações políticas que pesam em primeiro plano atualmente.
O PNPS é a primeira forma de retomarmos estes debates e afirmar nosso caráter de esquerda e socialista, mesmo sabendo que esta é uma política comum nos países de economia capitalista ou socialista. Contudo, a forma de construí-los deve ter como base sempre a pluralidade, a democracia e o intento de se avançar na construção de uma sociedade mais justa e solidária, portanto, socialista.
Outras reformas e marcos deverão ser empurradas sobre o mesmo barco, como a Reforma Política e as Medidas de Controle Social da Mídia, portanto, nossas alianças se darão sempre à esquerda, e se aprofundará o debate contra o retrocesso clamado pelas mídias e a direita.
Como tenho dito, estamos à beira dos limites do sistema político atual, dele poderá nascer um novo mais plural democrático e renovado, ou um outro mais arcaico e conservador. Necessitamos rever, portanto, nossas atuações e reorientar nossas práticas se quisermos avançar!
Bruno L. Emídio